quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Jamais Lembrarei


Feito em: 06 de setembro de 2010.
Esse foi um poema demorado de se fazer. Levou cerca de quarenta minutos, se me lembro bem.
Eu o fiz escutando repetidas vezes uma única música instrumental. Valeu cada verso, e depois de pronto, eu o li infinitas vezes.
Quase o decorei.
Quase, por nunca decoro meus poemas, exceto um... Mas acho que esse nunca postarei aqui.
Esse poema eu fiz, baseado na sensação de já ter vivido muito.
Mas não digo em sentido figurativo, refiro-me ao sentido literal. Reencarnações.
Talvez você se identifique com o poema e entenda o que estou falando.
Mas já aviso, se você está com preguiça de ler, desista.
Ele é longo.

Jamais Lembrarei.

Meu peito dói de saudade
De uma terra em que nunca andei
De um ar que nunca inspirei
De luzes que nunca vi
De amores que nunca senti
De águas que nunca toquei

Os separados unir-se-ão
Os unidos separar-se-ão
Diz a canção que ouvi

Recordei-me do que jamais vivi
Dos dias de glória que não existiram
Nem hão de existir
Recordei-me dos conhecimentos
Que não sobrevivera ao tempo
E que nunca chegaram em mim

Meu peito desmancha-se em pranto
Por pontes que nunca atravessei
Por montanhas que nunca escalei
Por pessoas que nunca conheci
Por segredos que nunca escondi
Por lábios que nunca beijei

Os separados unir-se-ão
Os unidos separar-se-ão
Diz a canção que escutei

Que voltar para os abraços que nunca dei
Nem nunca recebi
Voltar para o lar onde nunca morei
Pertencer à terra que nunca possui

Quero esquecer-me que esqueci
Das coisas que prometi jamais esquecer

Meu coração atreve-se a sorrir
Ao lembras das coisas que perdi
E das que um dia vou ter.

É preciso esquecer que não posso lembrar
É preciso lembrar que não posso esquecer

E essa saudade que se suma!

Não posso esquecer do que vivi
Não posso viver do que esqueci
Não posso viver do que vivi

Posso viver sem o que fui, o que sou
E o que serei

Não lembrarei do que esqueci
Não esquecerei do que lembrei
E, jamais esquecerei do que...
Do quê jamais esquecerei?

domingo, 23 de janeiro de 2011

Funeral


Coitadinha daquela alma!

Sua vida resumida...

Em um cravo murchando

E tulipas apodrecidas


Coroas e saudades...

Seladas por uma fita branca

Que seu sangue já não mancha

No terror de suas bondades


As lembranças sendo corroídas

O coração saindo do peito

Antigamente em seu leito

Rosas brancas caídas.


E as lágrimas evaporam...

No calor dos abraços

Dando adeus aos traços

Quando vozes imploram


E tudo continuou como era antes

Como se o pesadelo não se ocorreu.

E um pedaço se perdeu

Nas flores que sobraram nas estantes.


Feito em: 02/03/2009

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Palavras


Pensei em tudo o que não havia lhe dito
E existe tanto para lhe dizer...
Poderia dizer mil coisas sem sentido
Que ainda consigo esconder;
As dores que estou sentindo,
Que despertam quando vejo você.


O vidro que me separa da realidade
Está trincado.
Se eu perder você de vista
Passarei para o outro lado,
Mas meu coração permanecerá aqui
E continuará batendo
Mesmo sabendo que te perdi.

Um dia descobrirei que
Nem tudo foi em vão

As feridas que nos derrubam
Camuflam a solidão.

Estou de partida.
Sigo em outra direção

Calando as vozes que
Perturbam a razão.

E as palavras que não foram ditas...

Na eternidade se perderão.
Silenciadas e esquecidas
Asfixiando nossa paixão.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Quem sou eu?




Essa é uma das poucas poesias minhas que posso classificar como
anti-poética.
Eu cogitei um pouco antes de postá-la, por que foi feita há muito tempo e já não condiz com o que eu penso e sinto. Mas acho que já expliquei que isso poderia acontecer então resolvi colocá-lo mesmo assim.






Feito em: Agosto/2008


Quem sou eu?


Foda-se...
Todos aqueles dias carregados de falsas esperanças
Cansei de sonhar e acordar na manhã seguinte,
com uma sensação estranhamente boa,
mas cruel e falsa.
Carreguei sonhos infelizes que se transformaram em ódio.
Estou perdida há tanto tempo nessa escuridão que,
se eu abrir os olhos a luz me cegará.


Queria fazer a minha vida valer a pena
mas ainda não sei o que me impede
Alguém pode explicar o que se passa comigo?
Não quero buscar a resposta sozinha
Não mais...


Solidão?
Confortável e cruel solidão.
Eu sangro sozinha e invisível,
meu coração despedaça e grita.
Mas ninguém ouve!
Ninguém jamais me ouviu
Ninguém nunca quis ouvir


Esse vazio que me preenche, prende-me à minha própria liberdade.
Quanto mais me entendo, mais me confundo
Perdida!
Tentando encontrar a triste felicidade,
que consumira todos os meus dias e,
me fará se arrepender amargamente de
ter sido quem fui.


Quem sou?




quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Minhas asas


26/11/2010

Amei-te como uma louca sem rumo

Que aceita a queda sem pestanejar

Que se despedaça ao querer voar.


Amei-te como se meus dias estivessem acabando

Como se houvesse apenas um dia para provar

O amor que pulsava.

Que eu respirava, por ser meu ar


De uma hora para outra

Sou engolida por uma onda do mar.

Onde vou parar?


Amei-te como se fosse minha última chance

Amei-te como que de relance

E jamais me esquecerei de te amar.


Nada é com antes.

E de agora em diante

Nada entre nós será.

Agora uma canção distante

É que me faz lembrar

Dos dias em que estive perante a ti

E não tive voz para lhe falar.


Amei-te como besta teimosa

Amei-te como que em prosa

Que demora a findar.


Amei-te como se o mundo fosse eterno

Como se cada dia fosse o primeiro

Via-te como herói,

Como príncipe e como guerreiro.


De todos os amores

Tu foste o mais puro.

De todas as dores

Tu foste a mais pertinente

De todos os segredos

Tu foste o mais seguro

De todos os beijos

O teu foi o mais caliente


De todas as pessoas

Tu foste a mais amada

De todos meus palpites

Tu foste o mais certeiro

Em todas minhas fugas

Tu foste a única estrada

De todos meus erros

Tu foste o primeiro.


Amei-te como aventureira

Que sobe no veleiro sem saber remar.


Tu foste a luz que originou minha cegueira.

Tu foste a dor que me fez voltar a enxergar.


Tu foste o amor de uma vida inteira

Tu foste uma brincadeira

Que machuca quem não sabe brincar.


Tu foste a distração

Quando eu estava de bobeira

E foi assim de besteira

Que eu aprendi o que é amar.

by: Tarsilla Xavier Rocha


Ai está! Um dos poemas que acho mais belo. Por isso começo com ele.

Espero que tenham gostado.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Estréia otimista


Olá caro leitores, ou moscas... Impossível! Não há moscas na internet
Eu talvez seja péssima em apresentações, então encurtemos esse momento.
Vocês podem (e devem) estar se perguntando qual a intenção desse blog.
Simples. Eu quero resgatar a poesia genuína.
Quantos poetas existem hoje?
Quem dá real valor a poesia?
Eu quero de volta os tempos que não pude conhecer.
O tempo em que a poesia era louvada e respeitada.
O tempo onde todos sabiam de cor ao menos um poema.
Poesia sempre teve muito a ver com liberdade.
Você tem a liberdade de ser você, ou de fingir.

Sinto-me triste vendo a poesia morrer.
Pois poesia para mim, está em tudo.
E sem esses versos, não há mundo.
Falo em verso, ou fico mudo.

Desculpem, por essa porcaria acima.
Prometo que o próximo poema (o que será a estréia de verdade) será melhor.

Nesse blog vou expor os poemas de minha autoria, com os direitos preservados (não roubem meus poemas, eles são meus únicos bens).
Vou sempre por a data em que foram feito. Esse será um detalhe importante.
Não pense que tudo o que escrevi é o que ainda penso.
Mudo constantemente de opnião, mas apesar disso os poemas (não contendo minha opnião atual) não deixam de serem bons.

É isso.
Aguardem o poema de estréia.

Se você inspira ares poéticos não desperdice seu dom.