quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Passion Flower

Antes que vocês cheguem finalmente ao poema, eu gostaria de explicar o título dele: Passion Flower.

Bem, primeiro por que eu amo a palavra ‘Paixão’. É sem dúvida minha palavra preferida. Essa mistura de amor e loucura que é a paixão me fascina e é o combustível da minha vida, como vocês vão perceber no poema.

E depois, Passion Flower para que não sabe é flor de maracujá em inglês. Maracujá é minha fruta preferida e já foi meu apelido (porque estou sempre calma). Flor de maracujá é minha flor preferida, quando descobri que no inglês o nome dela envolvia a palavra paixão (passion) achei simplesmente perfeito =P.

E tem mais...

Gostaria de dedicar este poema a minha jin-shei-bao, irmã e super amiga Pricyla Laís da Maia, por ter me apresentado a música que me inspirou esse poema, (música que está no final e que cuja tradução se encontra aqui:http://letras.terra.com.br/lady-gaga/born-this-way/traducao.html ) e por ser tão paciente com minhas crises ;P.

Esse não é um poema incrível. Já fiz uns esteticamente bem melhores, mas o importante é que coloquei nele tudo o que pensava e sentia no momento. Ele já está entre meus favoritos.

Ah! Foi feito hoje.



Passion Flower.



Eu nasci para retalhar meu coração

E depois tentar remontá-lo.

Eu nasci para pensar em suicídio

Mas amar a vida.

Eu nasci sem destino

Mas cheia de idéias

Eu perambulo na sombra

Da sociedade correta

Eu nasci indecente

Cresci indigente

E morrerei indiscreta

Eu vivo para cometer erros

Sempre apaixonada

Louca desvairada

Amo estar desesperada


Desejo toda a dor que posso aguentar

E quando eu estou quase desistindo

Acontece algo pior

Mas lembro-me sempre

Que eu tenho algo a realizar

Algo maior que eu

Algo inteiramente meu

I’m a movie star


Sou uma flor delicada

Sádica

Masoquista

Sempre, sempre.

Apaixonada.


Achando que não conseguirei

Mas não ousando desistir.

Criança

Mulher

Ninguém para reprimir.


Não sei o que quero

Mas estou na estrada

Não sei o que me espera

Mas estou preparada


Sempre, sempre apaixonada.

Sobrevivendo a cada facada.

Impossível de ser derrubada.


Então me ame agora

Ou me esqueça!

Mate-me agora

Ou desista.

Mas não resista


Sou completamente livre

Sou assim invertida

Por vezes perdida.

Sem pudores estúpidos, ou receios.

Para viver nesse mundo

Desenvolvi meus próprios meios.


Eu aguentei o que você talvez

Não conseguira

Eu enfrentei

Aquilo que você temia.


Olhei-me no espelho e

Assustei-me.

Não sou feia como disseram

Não sou inútil como pensaram

Não desisti como quiseram.


Eu aprendi a me amar

Foda-se quem não sabe aceitar.

Estou apaixonada

Não posso parar!


Eu vim viver

Destruir-me

Remontar-me

Encontrar-me


Libertar minha alma

Enquanto danço.

Libertar minha mente

Enquanto atuo

Libertar meu coração

Enquanto amo.


Sabe aquela garota desajeitada?

Aquela aberração rejeitada?

Aquela estranha evitada?


Ela cresceu e está aqui.

Veio vencer.

Completa e loucamente

Desesperada

Ela sou eu

Sempre, sempre apaixonada.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Qualquer dia desses


Pois é...
Ultimamente os poemas não estão saindo bons (nenhum pouco mesmo)
Mas, ainda existe a prosa poética.
Vai esse texto que fiz hoje mesmo.
Não esqueçam de escutar a musica junto...
E para quem quiser ver a tradução dela depois: http://letras.terra.com.br/sixpence-none-the-richer/36642/traducao.html




Qualquer dia desses.

Desses que são qualquer dia mesmo.

Quando você não tem nada para fazer, você tenta fazer um poema e as rimas não saem. Não há uma ideia em sua mente, você não consegue organizar suas idéias, principalmente por não conseguir ordenar seu coração.

Geralmente uma música melhoraria seu humor, mas dessa vez você não faz ideia do que precisa ouvir.

Talvez um filme?

Mas você sente que não pode perder duas horas da sua vida com um filme.

Quem sabe conversar com alguém?

Quem?

Falar o quê?

O quê você está querendo falar?

Você já se esqueceu como tudo isso começou.

Quando começou a crescer em você, você não deu muita atenção e por isso não faz ideia do que seja. Só sabe que seja lá o que for, está acabando com você.

Você sabe que tem que sorrir, mas...

O que pode ser isso?

Você olha para céu em busca de resposta.

Você lembra vagamente de onde tudo isso surgiu, e não consegue medir a importância.

E você se entrega...

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Anciã


Anciã.

Dê-me um dia inteiro

E eu farei dele poeira.

Porque todos os dias já me pertencem

Porque todos os anos já me devastaram.

Porque vivi tudo o que tinha que viver,

Agora vivo para recordar.


Nos os olhos do estranho que

Fita-me no espelho

Há uma nuvem pesada

Carregada de dor

Escondendo o céu azul

E no infinito desse azul...

Não há nada.


Porque já pisei tanto nesta Terra

Que as cordilheiras estão amassadas.


Porque sou uma alma gritante

Presa num corpo mudo

Continuo sendo nada

Mesmo tendo visto tudo.


Continuo erguendo a espada

Pois não fui apunhalada o suficiente

Pois já me perdi em tantos devaneios

Que não sou nem sã nem demente.


Porque já possuí tantos rótulos

Porque já morri tantas vezes

Porque já fui tão dedicada

Que perdi meus interesses.


Porque o tempo arrastou-me

E não sei aonde cheguei.

Porque já fui tão fiel que,

Não lembro em que acreditei.


E tanta fé depositei

Nos caminhos que pretendi trilhar


Volta e meia chove

E a nuvem no olhar do estranho

Dissipa-se e some.

Mas não há azul.


Já desci tantos degraus

Quantos valem a pena escalar


Porque o azul que há nos teus

Não há nos meus

Pois não sou nem céu nem mar.

Sou velha!

Sou secular.

Sou apodrecida de tanto esperar.



feito em: 14/02/2011