domingo, 11 de dezembro de 2011

O silêncio do vinho







Antes de começar, gostaria de dedicar esse texto a um garoto irritante, impertinente e inesquecível.
Imecerecedor do meu tempo e o grande percursor das minhas poesias.
Das minhas rimas mais primitivas aos meus versos mais elaborados.
É a ele que devo agradacer.
Infelizmente.



O silêncio do vinho.


É aquela velha história...
Repete-se, mas não se modifica. Está intacta no gerúndio.
Ainda crescem hibiscos na árvore que nos acolheu e absorveu os últimos raios-de-sol daquele dia incompleto e contínuo.

Eu vejo sentado. Eu vejo você levantar. Eu vejo você ir embora, mas antes...

Seu silêncio me ensina muito mais do que todas as palavras que você tinha a dizer.
"Vocês tem uma estranheza em comum"
Foi o que me disseram. Que eu em toda minha esquisitice solitária, combinava com sua esquisitice mais bizarra.

Não nascemos para isso.

Quantos não foram os mundos que conhecemos? Quantos não foram os segredos que continuamos guardando?

Aquela que existiu e te amou, acorda com uma leve lembrança, você será sempre sexy calado.

Foi isso que nos manteve juntos: 
o silêncio. 
Sem nenhuma palavra, você me revelou tudo, e nós continuamos separados. 
Entretanto você mantém seu charme calado.

Não importa quantas vezes eu repita as palavras daquele dia, a imagem que guardo de você está imersa no silêncio. Mantém o o mistério que investiguei e não resolvi.

As duas manchas de vinho tinto que formavam seus olhos, fitavam-me.E é desse modo que serás eterno.

Duas folhas secas de outono fitavam duas manchas de vinho tinto. Numa troca de olhar que penetrava as mentes, e os estranhos se reconheciam.

Um lenço, um caderno e um sombra tem muito a dizer sobre nós. Porém o melhor de você só se revela no silêncio. Lembro-me do que disse calado. Lembro-me do seu 'até mais' que foi um adeus. Eu vejo você ir embora, mas antes...

Lembro-me da pulsação, dos sorrisos e comprimentos. Lembro-me dos livros e dos lamentos, mas nada fará me esquecer o silêncio.

Entre meus lábios não ouso repetir as palavras que lhe entreguei. Entre meus lábios guardo apenas o gosto amargo do vinho que não provei.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Diário da Tarsilla dia: 17/07/2009



Você acorda, respira fundo e não sente sua existência
Você olha para os pôsteres da sua parede, e sabe que eles são um pedacinho do que quer que seja você.
Há livros na sua estante, nenhum conta sua hitória.
Você olha para o céu, que jamais é o mesmo e, quer fazer parte dele.
Você se veste de preto e branco, mas ainda faz parte das cores e formas do mundo.
E você está girando devagarinho com a Terra, mas parada diante da sua dor. E, encarando-a de frente, percebe o quanto ela é pequena se comparada a ti.
As nuvens não param e você quer ir junto com elas.
O dia está tão lindo e só você guarda essa imagem.
Mas vale estar nua de preconceito, do que não conseguir crescer por conta da armadura.
É cansativo tentar descobrir quem se é.
Pior ainda é não saber o que está faltando.
Com a determinação das borbotelas, as flores aparecem para colorir o mundo. Quando as borboletas morrem, as flores murcham e, o mundo continua a girar.
Uma abelha sozinha até que faz mel, mas só alimenta a si, e não faz diferença nenhuma.
O sol mancha sua pele.
As tatuagens cobrem as manhcas.
A vida se constrói com cada recomeço.
E se nada é para sempre.
Então nem sempre haverá um fim.

domingo, 13 de novembro de 2011

Não confunda!


Não Confunda!!

Não confunda:

Planejar com viver no amanhã

Porque ‘plano’ é uma ideia

E nenhuma ideia é sólida

Não confunda:

Solidez com certeza

O que é firme pode ser quebrado

E certeza que é certeza sabe voar

Transmutar e permanecer

Não confunda:

Analisar o passado com reviver dores

O passado te criou

Mas o que você é, e o que você pode ser

Encontra-se no ‘aqui’

Não confunda:

Ser sincero com ser cruel

Lembre-se: Toda verdade é mutável

Por isso deixe a verdade dura

Para amanhã quando estiver suavizada

Não confnda:

Ser flexível com ser influenciável

Mas também não pense

Que está sendo manipulado o tempo todo

E...

Jamais assuma o controle

De uma situação emocional

Que não envolve só você

Não confunda:

Ser coerente com ser insensível

Não se esqueça que há diferentes níveis

De sentir e de fazer

Não confunda:

Tentar entender com tentar dominar

O que não é você que sente

Nunca haverá com explicar

Por isso mesmo que o outro tente

Você não entenderá racionalmente

Faça um esforço e tente sentir

Nunca acredite que sabe amar

Se suas relacionadas ao amor

São baseadas em razões, moral, e princípios

Coisas que são inexistentes ao amor

Lembre-se:

O amor está acima do bem e do mal

Este é o amor em sua essência

Puramente incondicional

Não confunda:

Ser simpático com ser falso

Ser sincero com ser grosso

Assim como o amor sabe ser brutal

O ódio sabe ser delicado

Não se solidifique com dores

E com os sofrimentos que aparecem

Repito:

O que é sólido pode ser quebrado

O efêmero nunca é atingido

E o macio sempre aplaca o impacto

Não confunda:

Erro com derrota

E muito menos

Não errar com ser inteligente

Não confunda:

Dinheiro com conforto

Dinheiro com segurança

Dinheiro com felicidade

Pois assim você estará confundindo

Dinheiro com paz interior

Paz interior não precisa de ouro

Pois é tesouro cheio por ser vazio

Não confunda:

A crise de uma etapa

Com o fim de todas as etapas

E se um dia você se confundir

Acalme-se

Pois o mundo é todo confuso

;)


domingo, 6 de novembro de 2011

Ilusões


Todos os bons sonhos estão perdidos

Embrulhados num pedaço de papel

Jogados numa lata de lixo

Pois nenhum sonho me levará ao céu

Não existe paraíso

O que torna o sonho

O pensamento mais cruel

O desejo mais insensato

Sonhar é tão barato

Mas não compensa o estrago

Do seu não acontecer

Quando um sonho lhe é roubado

Sinta-se premiado

Pois é mais fácil enlouquecer

Quem não quer morrer

Após um sonho despedaçado?

Há traços, miudezas

Vestígios da tristeza

Que um sonho pode trazer

Seria culpa da natureza?

Seria por falta de destreza?

Que nossos sonhos tendem a morrer?

É falta de atitude?

Coragem ou esperteza?

Seria o sonho uma doença?

Uma chance que se apaga ao entardecer

Não há mais em mim

Do que um dia seria apenas você

Não é tão ruim assim

Deixar um sonho apodrecer

Eu só queria te dizer

Eu só queria te dizer...



PS: A imagem foi demoradamente escolhida. Dá pra ver duas coisas nelas. O que vc vê?

Uma jovem de costas (foi o que eu vi primeiro) ou uma velha de perfil?

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

HIMMEL


Eu vi defuntos

Vestindo máscaras

Preparavam-se pro carnaval

Vi mortos aguardando

O fim do expediente

Para encerrar de vez

Seu dia teatral


Eles se moviam

E cochichavam

Mas não estavam lá de fato


Estavam mortos

Sem velório

E os vermes corroendo...

Corroendo...


Uns falavam ao telefone

Outros corriam e se esbarravam

Esbravejavam


Uns pediam esmolas

Para as máscaras de ar sério


O mundo na verdade

É um grande cemitério


Somos as flores murchando

Nas lápides onde também

Murcharam nossos ancestrais


Somos um barril acumulado

De horas trabalhadas

E realizações banais


Eu vi mortos vivendo!

Inteiros?!

Só em termos carnais


Com os corações sepultados

Com os sonhos esquecidos


Vi rostos pintados

E descoloridos

Mas nenhum com cor natural.


Só vi falta de vida

Na vida cotidiana

Vi morte nos sorrisos

E procurei a morte de verdade


E adivinhe!

A morte não estava tão morta

Quanto a vida nesta cidade


Esbarrei em sonhos perdidos

Daqueles que foram descartados

E se podaram para serem aceitos

E agora morrem de dias perfeitos

Morrem por estarem adaptados


Desculpe-me se ofendo

Mas nessa vida tão estúpida

Quanto mais observo a sociedade

Mas admiro as prostitutas


Cansei de uma vida trincada

E tentei viver de novo

Mas acho que nesse governo

A vida não trabalha

De carteira assinada


~ Fim ~


Obs: O nome do poema é HIMMEL, porque quando eu estava indo ao cemitério (onde eu escrevi o poema), eu coloquei a mão no bolso e a primeira coisa que tirei de lá foi meu rímel, e lembrei que "Himmel" em alemão quer dizer 'céu'.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Inquietude


Inquietude

Curiosamente quando se está inquieto é justo quando mais nos calamos. É quando as pessoas nos perguntam o que há de errado e não temos a resposta.

Inquietude é aquele estado em que tudo dentro de você está aparentemente calmo, quando todas as suas vozes interiores estão caladas, mas algo entre as brumas de seu pensamento ainda se agita. Estremece-te por dentro, como se uma verdade muito viva estivesse se debatendo trancada num baú.

É isso que nos deixa inquietos. Uma verdade que você não quer ver, mas que ameaça lhe encarar. Venha ela em forma de lembrança, temor, arrependimento, saudade. É algo que você gostaria de poder destruir simplesmente deixando-a de lado.

Quando minha madrinha morreu minha avó passava os dias inquieta. Ela ouviu todas aquelas palavras clichês que não são de fato ruins, apenas as únicas que conseguimos lembrar-se de dizer. Agradeceu enternecida, mas não falou uma palavra sequer de como se sentia ao perder sua filha mais velha. Trancou-se em suas próprias palavras.

Ela emudeceu completamente sobre o que lhe afligia. Passava as tardes andando de um lado pra o outro na calçada da casa, coçava a cabeça, olhava para o nada.

Muitos pesaram que ela enlouqueceria, outros achavam que isso já tinha acontecido.

Aos poucos, em seu próprio ritmo foi voltando ao normal. Hoje quando me lembro daquelas cenas que tanto vi e não dei importância (estava ocupada com a minha interpretação da dor), tento imaginar o que ela pensava. Quantos filmes não devem ter passado pela cabeça dela? E quantas vezes ela assistiu cada um?

Não teria como eu ajudá-la, eu estava lidando com minha dor, e deixei ela fazer o mesmo. A mesma pessoa foi separada de nós, mas não tivemos a mesma perda. Para resumir, eu perdi um anjo, ela perdeu uma benção, eu perdi uma madrinha, ela perdeu uma filha.

Mas ela acabou se curando usando a inquietude como terapia. Abriu pouco a pouco os baús das lembranças, das saudades, das magoas que recebeu e que ofertou a minha madrinha.

Nunca subestime o que a dor pode causar numa pessoa, e NUNCA superestime o que a dor pode causar numa pessoa.

A dor ataca a todos. Uns escolhem fazer da dor um sofrimento eterno, minha avó escolheu se curar. Deixou sua filha continuar a ser sua filha, e deixar sua dor silenciada numa inquietude finita.

Uns transformam a dor numa desculpa para desistir, outros a transformam num tesouro, outros sentem carinho pela dor, porque sabem que foi ela que os transformou, mas a abandonam. Poucos são como minha avó que apenas a deixa passar.

As dores são como os ratos, não se pode dar ouro a eles, nem esperar que eles lhe tragam diamantes.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Indecisão




Não darei desculpas do por que estava muito afastada do blog. O fato é que não estava escrevendo muito, e isso é muito ruim. Enfim, poesias parecem que vão demorar a serem escritas, mas ainda faço uns textinhos mais ou menos.

Venho falar de um dos momentos mais lindos de nossas vidas. Os momentos de indecisão, incerteza e insegurança. Sim, eles são os momentos mais lindos por nos arrancam de nossa zona de conforto. Algumas vezes não aguentamos a pressão e voltamos para a zona de conforto, outras vezes deixamos esse fogo nos queimar e renascemos das cinzas ;)

Graças à Deus tudo isso faz parte da vida.Gostaram da nova cara do blog?

Às vezes parece que o mundo todo foi feito para você, e decorado ao seu gosto. Coisas simples que você gostaria de possuir estão de fato ali para você. Como se as ruas fossem as estantes de suas casas decoradas ao seu modo. Você não precisa comprar a beleza, porque a beleza está na sua capacidade de enxergar e imaginar.

Minha vida corre e fui como os rios em busca do mar, e os rios fluem com meu sangue querendo avisar meu coração que estou vida.

“Chegou a hora!” Você escuta uma voz dizer em sua mente, então não tem como atrasar ou adiantar.

Você está saindo do casulo. Não está nem dentro nem fora dele. Está fortalecendo suas asas enquanto ainda sente a proteção acolhedora do casulo, e o vento fresco de uma nova vida em seu rosto. Vento que antes você sentia, mas que não dava o valor devido por que tinha que rastejar como uma lagarta.

Se alguém lhe ajudar agora você dependerá dessa pessoa para sempre, por isso pede para ficar sozinha. Mas é difícil demais, você sonha com uma ajuda. E se suas asas não ficarem fortes o suficiente? Não há ninguém que possa lhe fazer alguma coisa.

A escolha é sua, você pode ficar o resto de sua vida dentro do casula, mas você sabe que precisa dar esse salto.

É quando eu vejo pessoas dando esse salto para o desconhecido que eu sinto orgulho de fazer parte dessa espécie. Às vezes nós nos arrependemos de alguns saltos, mas outros trazem todas as respostas que precisávamos naquele momento. Sua vida pode passar de uma mera existência para uma vida de verdade a partir de um salto.

Esse texto é em homenagem à Pricyla, minha amiga mutante que está entre o sapo e a borboleta que protege meu jardim. ;)]

Como esse continua sendo um blog de poesia, vou por uma poesia/reflexão de Fernando Pessoa.

"Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!"

domingo, 11 de setembro de 2011

Rubro





Poesia feita em: 09/09/11



Rubro



Meu coração despejado sobre seu peito

Meu coração vazado em seu leito

Meu coração derramado em prantos

Pranto viscoso e rubro

Rubro venenoso

Manchando seu peito desnudo



Espalhado como nada aos cantos

Porque o nada está em tudo

Colhendo as lágrimas de seu pranto

Lágrimas que vertem de sua pele

Depois que ela se abre com o bisturi

Depois que os dias o impelem

A arrancar sua alma

Desgarrá-la do corpo

Deixá-la inerte por ali



Corpo biodegradável

Apodrece pelos cantos

Decompõe-se com o tempo

A perda do corpo não é nada

Comparada com a dor da perda de tempo.



Cadê o talento?



Meu coração despejado

Meu corpo sangrando inteiro

Meus dias contados

E o rubro escorrendo pelos bueiros



Bueiros ocultos de minha alma

Porque todo ser humano é imundo!

Dói estar perdido

Dói estar perdido

Só na dor eu penso agora



Não há ninguém pra segurar minha mão

Só a morte me aguarda lá fora






:x

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

As minhas são sinceras




Esse último poema eu escrevi essa manhã ouvindo "turning tables" da Adele. Ainda estava na cama quando os 'versos' vieram. Esse mês de agosto foi fraco em poemas, mas setembro está chegando, vem vindo a primavera, a época fértil.


As minhas são sinceras

Estive representando seu nome
Como um vampiro sanguinário
Quais são as opções?
Eu apenas perguntei
Mas todas as portas do seu coração
Fecharam-se para mim

Vou largar seu nome
Na próxima esquina
Quando a luz estiver fraca
Eu partirei
Não sou mais uma menina
não aceito mais facadas
Então eu partirei

Não desperdiçarei meu tempo
Para ouvir palavras repetidas
Colocadas no automático
E largarei o seu nome na próxima esquina

Vou cantar uma música
E não pedirei mais nada
Seus discursos viraram faixas
Você não tem cantado com emoção
A voz em suas palavras
É apenas uma gravação

Não ficarei aqui
Assistindo uma desilusão
Aprendi a me mexer
Aprendi a correr
Sairei dessa podridão
De discursos repetidos
De um coração partido
Que bateu a porta na minha cara

Deixe para trás minhas sugestões
Esqueça que tentei ajudar
Esqueça nossas discuções
Esqueça que estivr aqui
E fale apenas quando vier
Do fundo do coração

Não represento mais seu nome
Não sou extensão dos seus sonhos

Minhas feridas cicatrizam
E não há sangue em minhas mãos
Vou largando suas palavras
Como um trilha ao chão

Não se preocupe
Não represento mais seu nome
Não ouvirei mais sua canção

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Borba Gato

Perdão gente pelo relacho de meu blog. Não darei desculpas esfarrapadas dizendo que faltou tempo, porque se eu quisesse mesmo eu teria postado. Foi preguiça, confesso :P
Mas trago hoje um poema fresquinho feito há pouquissímo tempo.


Borba Gato




Tudo o que tenho nas mãos

É tão confuso
Tudo o que sei sobre o mundo

Está incorreto

Vivo na sombra de um futuro

Futuro incerto


Mas,

A história de outrora

Percorre os campos do medo

E segredo atrás de segredo

Você ainda desconhece meu amor


Pois quando os ventos sopram

Vem você à minha mente

E essa saudade febril

Deixa meu psique

Ainda mais doente


Parada há alguns metros

Parada há algum tempo

Da casa onde há tempos

Servi-me de bondade




Onde o vento que trazia felicidade

Suspira teu nome

E te chama...

Não ouves

Porque o vento que te cercas

Não é o mesmo que levava minhas mensagens


No entanto

Sinto-me inóspita

Como que se por encanto

Houvesse desabitado meu corpo

Para viver contigo em memórias


Essa será sempre nossa história?


Nos unimos por curto tempo

E pra sempre guardaremos

O calor dos abraços

O mel das palavras

E a cumplicidade do silêncio



E sei que mesmo depois de ceifadas

Tudo o que nos cabia, foi feito

Ainda habitas em meu templo

Ainda te vejo com explendor


Terás sempre meu respeito

Serás sempre minha querida flor

Por ti completo meus versos

E deixo ao vento

Meus recados de amor.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

os mais novos choram mais


Os mais novos

Choram mais


Um banquete real

De carne podre e vinho vinagrete

Sangue de aldeões

Do simples povo comemorando

Hipocrisias como o natal

Falando palavrões

Comendo, bebendo

Todo sonho nesta vida é banal


Os mais fortes não choram...

Desabam


Batalha vencida por vilões

De mil anos ou mais

Ampulheta de lágrimas

Economizando perdões


Os mais fortes não perdem...

Morrem

E o mais novos choram mais


Não há escolha errada

Quando há firmeza nas decisões

Há flores no chão ensangüentado

E existem mil e uma razões

Pra roubar sua própria felicidade

E matar seu tempo com depressões

Há quem sinta saudade

Há quem morra de vontade

E os mais novos choram mais


Os mais fortes só se fodem

Há os que vivem por aí

E os que buscam seus ideais


Os mais vivos morrem cedo

Os mais pobres estragam mais

Os corajosos têm seus medos

E os mais fortes

Escolhem seus finais.

domingo, 10 de julho de 2011


Veja-me nas flores

Se ao caminhares por este jardim
E veres as flores desalinhadas
Saiba que ainda estarei presente
Em cada uma das palavras

No espaço entre hoje e amanhã
Não há ontem que perturbe suas escolhas
Aprenda algo com as folhas
Que alimentam sua mãe
Despencando com as irmãs

Estive desatento
E as flores estão desalinhadas
Mas florescerão felizes
Ao longo dessa estrada

Se flores murcham rápido
É por que foram cortadas
Tentaram dominá-las
Do contrário renovar-se-iam
Perfumariam o caminho
Apesar de desalinhadas

Por que se perturba tanto
Com o desalinho?
Na verdade,
Não me perturba nada!

Ainda sigo meu caminho
Ardendo nas palavras
E entendo a rebeldia
Das flores desalinhadas

sexta-feira, 1 de julho de 2011

de volta aos papéis

Pois é, faz um tempinho que não postava nada, e também desde 15/06 eu não tinha feito poema nenhum.
Não ouso dizer que estou com algum "bloqueio criativo" já que poesia não tem nada a ver com criatividade, e sim com sentimentos e intuições (pelo menos são assim pra mim).
Não é justo entretanto que eu deixe meu blog assim largado. Ele precisa de meus cuidados. =P
E o bom desse blog é que ele me incentiva a escrever os meus rascunhos tão necessários.
Parece até que tenho perdido o dom de escrever poemas, talvez seja a falta de prática.
Acho bom eu explicar o meu relaxo com as escritas.


Nesses últimos dias tive alguns momentos inesquecíveis, graças a um visitante meio maluco de terras não tão distantes assim ;P
Toda minha cabeça ficou ocupada já dias antes de sua chegada, e durante sua presença eu não pensei em mais nada.
Mas o que me fez se afastar dos papeis, não foi nem o antes nem o durante. Foi o depois.
Quando algo extraordinário lhe acontece e depois se encerra (pelo menos temporariamente) você fica desorientado.
Eu tive que me readaptar a minha rotina, na verdade ainda estou fazendo isso com certa dificuldade.
Nesse periodo você fica desorientado e incoerente.
Eu ando incoerente.
Por isso tudo que posso trazer para vocês hoje é:


A incoerência dos Eucaliptos.

Parece que foram anos inteiros
Desde a última vez em que
Estive a sós com o papel
A sós comigo mesma
Suportando minha companhia
Apreciando minha melancolia
Escrevendo a esmo
Nesta noite sem estrelas
Sem amor, Sem alegrias,

Vejo eucaliptos dançando
Bem à minha frente
Incoerentes como o vento
Incoerentes, mas com talento
Incoerentes na noite incoerente.
O mundo continua coerente
Só eu não continuo com o mundo

Os eucaliptos dançando
Tentam me animar
O vento sussurra em meu ouvido
"Ele vai voltar"
Incoerente é te amar

Comporto-me como doida
Atravesso ruas sem olhar
Fumo mais cigarros que o normal
Dou bom dia para as pessoas
Mas não, não estou legal...

Há quem eu encontrei
Quem veio me ver
Quem vai voltar
Quem não posso esquecer

Mas os eucaliptos não saem do lugar
Eu ainda posso me mexer
Incoerente sou eu
que parada fico
esperando o fim do ciclo
viver-morrer.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Lacrimal



Pois é
Fazia um tempão que não postava nada por aqui, mas aconteceram tantas coisas.
Ainda estou devendo um texto sobre os chinelos Riders, que eu nem sequer escrevi, mas que vai sair.
Estou com a ideia de um novo blog, para aqueles texto de devaneios de domingo.
Devaneios de domingo - isso soa bem.
Mas vou continuar com esse de poesias, não se preocupem.

Lá vai uma poesia.


Lacrimal

Talvez um dia o mundo te ensine
E então você compreenda
O que com palavras é vago
E com alegrias passageiras
Não se emenda

Minha vida não é
Necessariamente um drama
Mas o drama é minha vida
Minha matéria prima de poemas

As lágrimas puras
Em olhares de bens amados
Destripa-me
As lágrimas imperfeitas
Em meus olhos
Restitui-me

O meu choro
É o mesmo que sua gargalhada
O seu choro
É minha pior tortura

Meu choro me pertence
É só meu
E só a mim, agrada

Meu riso é exposto
Ora riso
Ora gargalhada

Meu riso é desperdício
Meu riso é 38
Meu choro é granada

Não estou morrendo
Quando me derreto em lágrimas
Só não estou em águas calmas


Estou vivendo a todo instante
Nos momentos de alegrias
exorbitantes
Não penso em erros
Não penso em nada

Então erro minada de alegria
E cometo as piores burradas
Quando eu choro
Eu penso
Em meu choro
Sou tudo e nada

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Desgastado


Diga-me nesse infortúnio descaso

O valor que meu abraço

Firme e possessivo

Teve pra você?


Faleci!

Naquele adeus que não quis dar

Percorri o mundo pra te procurar

Mas só te encontrei em meu crânio


Só te vi em nebulosas paisagens

Que os anjos nos trazem

Enquanto dormimos


Tu foste o perigo

Do qual normalmente fugimos

Mas eu insisti em marcar


As células com as quais te toquei faleceram

Mas tu estás aqui

Presente em mim

Gravado em pele

Gravado em lápide


E que se sele

Nesse universo pequeno

Que vivemos e morremos

Esquecendo do que nos impele

A viver e viver de novo


Minha linguagem não é eficaz

Para mostrar-te o que

Torna-me capaz

De morrer sem ser defunto


Sim!

Estou morrendo

Morrendo pela espera que não finda

Pelas ruas que entro

Desejo que um pedaço meu se extingua


Pois não nasci completa

E não me completarei

Até o fim dos tempos

Sou esqueleto!

Apenas osso sem mensagem

Que deforma as paisagens

Do mundo em qual vivemos


Sou tinta fulera

Que descasca com o tempo

Que não brilha, nem seduz

Pois nasci como um invento

Sem função, sem tema, nem luz


Sou desgraça plantada

No jardim da inconsciência

Sou uma fera que se esfaqueia

Que se dilacera e esbraseia

Procurando o fim

De sua própria existência


Sou o destino incerto

Ao qual me propus