segunda-feira, 20 de junho de 2011

Lacrimal



Pois é
Fazia um tempão que não postava nada por aqui, mas aconteceram tantas coisas.
Ainda estou devendo um texto sobre os chinelos Riders, que eu nem sequer escrevi, mas que vai sair.
Estou com a ideia de um novo blog, para aqueles texto de devaneios de domingo.
Devaneios de domingo - isso soa bem.
Mas vou continuar com esse de poesias, não se preocupem.

Lá vai uma poesia.


Lacrimal

Talvez um dia o mundo te ensine
E então você compreenda
O que com palavras é vago
E com alegrias passageiras
Não se emenda

Minha vida não é
Necessariamente um drama
Mas o drama é minha vida
Minha matéria prima de poemas

As lágrimas puras
Em olhares de bens amados
Destripa-me
As lágrimas imperfeitas
Em meus olhos
Restitui-me

O meu choro
É o mesmo que sua gargalhada
O seu choro
É minha pior tortura

Meu choro me pertence
É só meu
E só a mim, agrada

Meu riso é exposto
Ora riso
Ora gargalhada

Meu riso é desperdício
Meu riso é 38
Meu choro é granada

Não estou morrendo
Quando me derreto em lágrimas
Só não estou em águas calmas


Estou vivendo a todo instante
Nos momentos de alegrias
exorbitantes
Não penso em erros
Não penso em nada

Então erro minada de alegria
E cometo as piores burradas
Quando eu choro
Eu penso
Em meu choro
Sou tudo e nada

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Desgastado


Diga-me nesse infortúnio descaso

O valor que meu abraço

Firme e possessivo

Teve pra você?


Faleci!

Naquele adeus que não quis dar

Percorri o mundo pra te procurar

Mas só te encontrei em meu crânio


Só te vi em nebulosas paisagens

Que os anjos nos trazem

Enquanto dormimos


Tu foste o perigo

Do qual normalmente fugimos

Mas eu insisti em marcar


As células com as quais te toquei faleceram

Mas tu estás aqui

Presente em mim

Gravado em pele

Gravado em lápide


E que se sele

Nesse universo pequeno

Que vivemos e morremos

Esquecendo do que nos impele

A viver e viver de novo


Minha linguagem não é eficaz

Para mostrar-te o que

Torna-me capaz

De morrer sem ser defunto


Sim!

Estou morrendo

Morrendo pela espera que não finda

Pelas ruas que entro

Desejo que um pedaço meu se extingua


Pois não nasci completa

E não me completarei

Até o fim dos tempos

Sou esqueleto!

Apenas osso sem mensagem

Que deforma as paisagens

Do mundo em qual vivemos


Sou tinta fulera

Que descasca com o tempo

Que não brilha, nem seduz

Pois nasci como um invento

Sem função, sem tema, nem luz


Sou desgraça plantada

No jardim da inconsciência

Sou uma fera que se esfaqueia

Que se dilacera e esbraseia

Procurando o fim

De sua própria existência


Sou o destino incerto

Ao qual me propus