domingo, 11 de setembro de 2011

Rubro





Poesia feita em: 09/09/11



Rubro



Meu coração despejado sobre seu peito

Meu coração vazado em seu leito

Meu coração derramado em prantos

Pranto viscoso e rubro

Rubro venenoso

Manchando seu peito desnudo



Espalhado como nada aos cantos

Porque o nada está em tudo

Colhendo as lágrimas de seu pranto

Lágrimas que vertem de sua pele

Depois que ela se abre com o bisturi

Depois que os dias o impelem

A arrancar sua alma

Desgarrá-la do corpo

Deixá-la inerte por ali



Corpo biodegradável

Apodrece pelos cantos

Decompõe-se com o tempo

A perda do corpo não é nada

Comparada com a dor da perda de tempo.



Cadê o talento?



Meu coração despejado

Meu corpo sangrando inteiro

Meus dias contados

E o rubro escorrendo pelos bueiros



Bueiros ocultos de minha alma

Porque todo ser humano é imundo!

Dói estar perdido

Dói estar perdido

Só na dor eu penso agora



Não há ninguém pra segurar minha mão

Só a morte me aguarda lá fora






:x