Poesia feita em: 09/09/11
Rubro
Meu coração despejado sobre seu peito
Meu coração vazado em seu leito
Meu coração derramado em prantos
Pranto viscoso e rubro
Rubro venenoso
Manchando seu peito desnudo
Espalhado como nada aos cantos
Porque o nada está em tudo
Colhendo as lágrimas de seu pranto
Lágrimas que vertem de sua pele
Depois que ela se abre com o bisturi
Depois que os dias o impelem
A arrancar sua alma
Desgarrá-la do corpo
Deixá-la inerte por ali
Corpo biodegradável
Apodrece pelos cantos
Decompõe-se com o tempo
A perda do corpo não é nada
Comparada com a dor da perda de tempo.
Cadê o talento?
Meu coração despejado
Meu corpo sangrando inteiro
Meus dias contados
E o rubro escorrendo pelos bueiros
Bueiros ocultos de minha alma
Porque todo ser humano é imundo!
Dói estar perdido
Dói estar perdido
Só na dor eu penso agora
Não há ninguém pra segurar minha mão
Só a morte me aguarda lá fora
:x