sexta-feira, 15 de julho de 2011

os mais novos choram mais


Os mais novos

Choram mais


Um banquete real

De carne podre e vinho vinagrete

Sangue de aldeões

Do simples povo comemorando

Hipocrisias como o natal

Falando palavrões

Comendo, bebendo

Todo sonho nesta vida é banal


Os mais fortes não choram...

Desabam


Batalha vencida por vilões

De mil anos ou mais

Ampulheta de lágrimas

Economizando perdões


Os mais fortes não perdem...

Morrem

E o mais novos choram mais


Não há escolha errada

Quando há firmeza nas decisões

Há flores no chão ensangüentado

E existem mil e uma razões

Pra roubar sua própria felicidade

E matar seu tempo com depressões

Há quem sinta saudade

Há quem morra de vontade

E os mais novos choram mais


Os mais fortes só se fodem

Há os que vivem por aí

E os que buscam seus ideais


Os mais vivos morrem cedo

Os mais pobres estragam mais

Os corajosos têm seus medos

E os mais fortes

Escolhem seus finais.

domingo, 10 de julho de 2011


Veja-me nas flores

Se ao caminhares por este jardim
E veres as flores desalinhadas
Saiba que ainda estarei presente
Em cada uma das palavras

No espaço entre hoje e amanhã
Não há ontem que perturbe suas escolhas
Aprenda algo com as folhas
Que alimentam sua mãe
Despencando com as irmãs

Estive desatento
E as flores estão desalinhadas
Mas florescerão felizes
Ao longo dessa estrada

Se flores murcham rápido
É por que foram cortadas
Tentaram dominá-las
Do contrário renovar-se-iam
Perfumariam o caminho
Apesar de desalinhadas

Por que se perturba tanto
Com o desalinho?
Na verdade,
Não me perturba nada!

Ainda sigo meu caminho
Ardendo nas palavras
E entendo a rebeldia
Das flores desalinhadas

sexta-feira, 1 de julho de 2011

de volta aos papéis

Pois é, faz um tempinho que não postava nada, e também desde 15/06 eu não tinha feito poema nenhum.
Não ouso dizer que estou com algum "bloqueio criativo" já que poesia não tem nada a ver com criatividade, e sim com sentimentos e intuições (pelo menos são assim pra mim).
Não é justo entretanto que eu deixe meu blog assim largado. Ele precisa de meus cuidados. =P
E o bom desse blog é que ele me incentiva a escrever os meus rascunhos tão necessários.
Parece até que tenho perdido o dom de escrever poemas, talvez seja a falta de prática.
Acho bom eu explicar o meu relaxo com as escritas.


Nesses últimos dias tive alguns momentos inesquecíveis, graças a um visitante meio maluco de terras não tão distantes assim ;P
Toda minha cabeça ficou ocupada já dias antes de sua chegada, e durante sua presença eu não pensei em mais nada.
Mas o que me fez se afastar dos papeis, não foi nem o antes nem o durante. Foi o depois.
Quando algo extraordinário lhe acontece e depois se encerra (pelo menos temporariamente) você fica desorientado.
Eu tive que me readaptar a minha rotina, na verdade ainda estou fazendo isso com certa dificuldade.
Nesse periodo você fica desorientado e incoerente.
Eu ando incoerente.
Por isso tudo que posso trazer para vocês hoje é:


A incoerência dos Eucaliptos.

Parece que foram anos inteiros
Desde a última vez em que
Estive a sós com o papel
A sós comigo mesma
Suportando minha companhia
Apreciando minha melancolia
Escrevendo a esmo
Nesta noite sem estrelas
Sem amor, Sem alegrias,

Vejo eucaliptos dançando
Bem à minha frente
Incoerentes como o vento
Incoerentes, mas com talento
Incoerentes na noite incoerente.
O mundo continua coerente
Só eu não continuo com o mundo

Os eucaliptos dançando
Tentam me animar
O vento sussurra em meu ouvido
"Ele vai voltar"
Incoerente é te amar

Comporto-me como doida
Atravesso ruas sem olhar
Fumo mais cigarros que o normal
Dou bom dia para as pessoas
Mas não, não estou legal...

Há quem eu encontrei
Quem veio me ver
Quem vai voltar
Quem não posso esquecer

Mas os eucaliptos não saem do lugar
Eu ainda posso me mexer
Incoerente sou eu
que parada fico
esperando o fim do ciclo
viver-morrer.