terça-feira, 24 de maio de 2011

Para onde foi nosso tempo????


Lamento por não estar trazendo a vocês um poema, sei que o blog é “resgate a poesia”, mas ultimamente meus pensamentos não querem sair em rima. O importante, entretanto é que continuo escrevendo, e o blog é meu de qualquer forma.

Hoje quero compartilhar com vocês uma reflexão que tive.

Toda vez que estou deprimida eu acesso meus arquivos de memórias e deixo minhas lembranças fluírem como um filme. Às vezes isso é bom, porque começo a ter ataques de riso sozinha (como semana passada me aconteceu no trabalho enquanto eu lembrava do dia 08/01/11), e me distraio. Em outras isso é péssimo, porque resgato coisas que não digeri muito bem e deprimida não consigo digerir, causando-me só mais transtornos. E às vezes eu lembro de coisas que a principio são inúteis (um comentário numa aula de física, um pensamento idiota, uns objetos dos tempos de criança etc...). E essas coisas tolas me fazem pensar, e pensar, e pensar até que não aguento mantê-las na mente e jogo-as no papel.

Lembrei-me hoje de uma discussão que certa vez ocorreu numa aula de física no meu terceiro ano. Não posso dizer que me lembro exatamente da discussão, pois sempre estive meio desconectada nas aulas de física, mas sei que o assunto era tele-transportação (devo dizer que de todos os poderes que a gente vê nos X-man, sempre achei tele-transportação o mais útil).

Segundo a professora, algum doido por ai tinha conseguido atrasar um feixe de luz e blá, blá, blá (eu não escutei essa parte por que estava concentrada no desenho que estava fazendo na beirada do caderno). Minha atenção é chamada quando escuto (numa das pausas que dei para analisar minha obra): E esse é o princípio para o tele-transporte. Larguei meu desenhinho, cruzei as mãos sobre o caderno e prestei atenção ao que falavam.

Minha turma se empolgou com o assunto e começou a falar das vantagens do tele-transporte, e uma coisa que todo mundo concordou foi que se assim fosse descoberto seria muito bom porque ‘economizariam tempo’.

E eis que é nesse ponto que eu quero chegar.

Responda-me querido leitor: Você está realmente preparado para ‘economizar tempo’?

Descobri esses dias que uma pessoa que reclama todos os dias de alguma coisa, em um mês engorda até 5 kg (sério!). Então eu parei para analisar minha vida e descobrir qual era minha reclamação constante. Adivinhe!

Vamos, não é difícil e você provavelmente também reclama bastante quanto a isso.

· Não dá, falta tempo.

· Eu não tenho mais tempo para nada.

· Ai que saco! Minha vida tá muito corrida.

Fatos interessantes: Na idade média demoravam se meses para sua carta chegar ao seu destino, mesmo assim as pessoas não deixavam de se corresponder.

Antigamente vivia se menos, mas se fazia muito mais.

E hoje nossa maior fonte de insatisfação é essa maldita ‘falta de tempo’.

Foi nessa reflexão que estive queimando meus neurônios hoje. Eis minha conclusão:

Reconheçam gente, que nós já economizamos tempo que chega. Nossos e-mails chegam instantaneamente, nossa comida fica pronta mais rápido, nossos eletrodomésticos são cada vez mais práticos.

Está faltando tempo aonde?

Não está faltando tempo para nada.

Certa vez uma pessoa me disse “Você faz seu tempo” (algo assim), e apesar de no dia eu estar mais interessada em reclamar do que em encontrar uma solução, tenho que admitir (pela enésima vez) que essa pessoa estava certa (como quase sempre está).

Nossa geração infelizmente aprendeu a se importar mais com quantidade e/ou com rapidez do que com qualidade.

E o problema nem está em “não sabermos aproveitá-lo”, talvez isso a gente nunca aprenda. O problema é que nos esquecemos dos pesos e valores dos momentos. Prendemo-nos a:

· Quantas horas eu fiz...

· Quantos anos eu fiz

Mas nenhuma contagem que fizermos “em quanto tempo” estará correta. Confundi você agora, né? Não? Ahhhhhhhh

Por exemplo: Minha madrinha morreu quando eu tinha 11 anos, então tecnicamente eu convivi com ela por 11 anos, mas se eu contar segundo por segundo o tempo que eu passei com ela, talvez não some nem 5 anos. Entretanto cada segundo que eu passei com ela vale mais que 100 anos trabalhos (já pensou, que horror!)

O mais injusto dessa nossa rotina estressante, é justamente o fato de passamos mais tempo trabalhando do que aproveitando nossa existência ao lado de quem gostamos. Mas também é isso que nós faz aproveitarmos melhor o tempo que passamos junto dessas pessoas. Com um pouquinho menos, parece que se tem muito mais. Agora eu te confundi, né?

Susan Boyle (eu tenho que usar esse exemplo, pois estou ouvindo ela nesse momento), viveu 47 anos por viver nessa Terra, mas lhe bastaram 3 minutos em cima de um palco para que ela mudasse a consciência de muita gente. Tenho certeza de que para ela, aqueles 3 minutos valeram toda sua existência.

Quando você me fala por exemplo, que não está tendo tempo para ler, eu sinto-me obrigada a lhe perguntar: Quanto tempo disponível você precisa ter para achar que tem tempo pra ler? Será que você não sabe que pode ler um parágrafo que seja por dia, e isso transformará o fim de sua leitura inevitável.

Comprei certa vez um kit chamado “Aprenda japonês em 15 minutos”. Ela já chamava a atenção por parecer prático, mas quando eu comecei a praticá-lo (eu estava desempregada, sem nada pra fazer o dia todo) eu treinava umas três horas por dia, e uma das primeiras coisas que fiz ao começar a trabalhar foi largar esse material num canto e julgar não ter mais tempo para ele.

Só que hoje eu tenho certeza que se eu tirasse 15 minutos (15 MINUTOS) do meu dia pra estudá-lo, hoje eu estaria falando o básico do básico do básico... :P do japonês. Por causa dessa falsa impressão que quantidade (nesse caso é quantidade) é igual à qualidade eu estou apenas no português/inglês.

Finalizo aqui deixando uma dica. Se você quer fazer alguma coisa, se você tem algum propósito, mas julga não ter tempo para concretizá-lo, tire por dia uns 15 minutos para deixar-se envolver com esse projeto. Seja só pensando nele, seja concretizando aos poucos.

Se você acha que sua rotina está te corroendo e matando aos poucos, você não precisa necessariamente mudá-la bruscamente. Basta por um pouquinho mais de cor :P

Com esse pouquinho você obterá muito, estou certa disso.

Ah! Lembram que eu estava falando de lembranças de objetos dos tempos de criança? Alguém ai se lembra daqueles chinelos Rider? Aguardem pra saber o que tenho pra falar sobre eles.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Estive aqui


Antes de por o poema, vou responder a pergunta de uma leitora (que emoção o/)
Bem, as imagens eu acho por sorte mesmo. Eu jogo no google o nome do meu poema (que normalmente são uma palavra só) e pego a imagem que eu mais acho que combina, nem que eu fique vendo até a última páginas (mas a maioria da imagens eu encontrei logo de cara).



esse poema a seguir é um dos mais importantes. Não, acho que ele é O mais importante, pois foi ele que desencadeou todos os outros. Foi o primeiro poema decente. No ano de 2006 eu fazia poemas infantis, e daquela época não sobrou nenhum pois me desfiz de todos (eles realmente não valiam a pena). Eu tinha parado de escrever, até o dia 10/05/2007, dia em que um garoto que eu gostava começou a namorar outra menina, o dia do primeiro beijo deles. Primeiro beijo que eu assisti nenhum pouco contente.
Quem já passou por esse tipo de situação, sabe como é terrível a decepção que temos. Tanto com nós mesmo quanto com a pessoa de quem gostávamos.



Estive aqui

10 de maio/2007

Estive aqui

Esperando o momento

Em que você viria me abraçar

Estive aqui sonhando com sua chegada

Estive aqui todo esse tempo

Sozinha esperando você


Percebi então

Que você não iria chegar

Por mais que eu sonhasse

Estava longe de se realizar


Estava voando!

Foi o que debilmente pensei

Estava só flutuando

Esborrachei-me no chão

Pensei que estava amando


Corri parada

Gritei em silêncio

Chorei sem lágrimas

Sangrei sem cortes

Uma vida feliz

Em um segundo desaba


Sofri sozinha

Morri, mas estou viva

Procuro um novo caminho

Tento seguir em outra estrada


Tropeço e caio

Tento me levantar

Se eu não fizer algo por mim,

Quem fará?


Descobri algo que perfurou m eu coração

Como é doloroso descobrir

Que tudo não passa de ilusão.



Raio: Namorou por um ano e quatro meses com a menina que beijou no dia 10/05, depois ficou com algumas outras. Uma grande amiga amiga minha se apaixonou por ele (ela se tornou minha amiga bem depois de eu ter gostado dele). Os dois ficaram, ele fez ela chorar, uma semana depois deu em cima de mim (em todo esse meio tempo ele ficou com garotos também, inclusive um pra quem eu escrevi certa carta). A última vez que eu o vi foi na formatura dele, não faço ideia de onde ele esteja ou o que anda fazendo.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Traindo


Seus lábios procuram meus lábios

Mas o seu coração não está

Interessado no meu coração

Possuo uma história

Que não lhe interessa

Não sou mais que uma peça

Em sua coleção


Não sei como me vês

Ou como me sentes

Sei que lhe sou atraente

Mas atraente por atraente

Outras mil também são


Sei que está só se divertindo

Tentando responder perguntas

Que eu mesma um dia fiz

Mas não nasci para ser

Só uma distração


Não posso culpá-lo

Porque eu tenho errado também

A ocitocina tem me feito te amar

No lugar de outro alguém


É você que está aqui

Bem aqui na minha frente

É você que posso tocar

E ter-te presente


Ter-te em corpo apenas

Por que em coração

Você não me pertence

E nunca irá me pertencer

Nunca serei capaz de te prender


Não estou sendo traída por ti

Estou sendo traída por mim mesma

Sou eu quem está mentindo como uma besta


Meus lábios procuram seus lábios

Mas o meu coração não está

Interessado no seu coração

Possuis uma história

Que não me interessa

Não és mais que uma peça

Em minha coleção

terça-feira, 10 de maio de 2011

Aos mortos de minha vida


Amei-os do modo

Que me foi permitido

E sofri ao vê-los entregues

Nas mãos da eternidade


Invejei-os tão avidamente

E por culpa da saudade

Quis segui-los e reencontrá-los


Pois se um morre

Mata um pedaço de alguém

Há vestígios vivos de vocês

Nas partes mortas de mim

Quem morre mata também


No fundo

Quem morre continua vivo

E quem continua vivo

Morre ao ver o vivo morrer


No fundo ninguém morre

Pois se um continua vivo

Há espaço pro morto sobreviver


A morte corta o fio da vida

Não os laços que nos unem

Os mesmos laços punem

Os mesmos laços curam as feridas


A morte não castiga quem vai

A morte mata quem fica


Quem está indo quer ficar

E quem fica quer seguir

Não por que morrer é a solução

Mas porque o que conta é a união

O que mata é a separação

Dos que não poderão mais se ver


Pois viver sem que se ama

Não é viver


O que mata

Não é a morte

Pois a morte dá uma nova vida


O que mata

É ficar entregue a sorte

E só aprender a viver

Depois de uma despedida.